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“Nove questões sobre o impacto da tecnologia online”

Com tradução e edição de Leticia Nunes, reproduzo a matéria publicada no site do Observatória da Imprensa [via Cristiane Costa]:

O Centro para o Futuro Digital da Escola Annenberg de Comunicação e Jornalismo da Universidade do Sul da California estuda, há uma década, a relação dos americanos com a tecnologia. Compiladas, as conclusões de cada pesquisa formam um retrato do americano usuário da internet e as implicações da experiência online em sua vida. Em janeiro de 2012, o Centro divulgará um relatório completo sobre o tema. Por enquanto, Jeffrey I. Cole, que o dirige, antecipa alguns dos principais pontos tratados.

“Depois de 10 anos de estudos, nós concluímos que as forças, assim como as consequências da tecnologia, são mais profundas do que nunca. Em um extremo, vemos usuários com a habilidade de ter conexão social constante, acesso ilimitado à informação, e poder de compra sem precedente. No outro, encontramos demandas extraordinárias do nosso tempo, grandes preocupações sobre privacidade e questões vitais sobre a proliferação da tecnologia – incluindo uma gama de questões que não existiam há 10 anos”, afirma Cole, para continuar: “Acreditamos que os EUA estão passando por um grande ponto de virada digital. Simplesmente, vemos tremendos benefícios na tecnologia online, mas ao mesmo tempo pagamos pessoalmente um preço por estes benefícios. A pergunta é: o quanto estamos dispostos a pagar?”.

A década de estudos sobre o futuro digital chegou a mais de 100 grandes questões sobre o impacto da tecnologia online nos EUA. Abaixo estão nove delas:

** A mídia social explode – mas grande parte do conteúdo não tem credibilidade

Milhões de americanos participam diariamente de mídias sociais, mas, ao mesmo tempo, acreditam que a grande maioria das informações que encontram por lá tem pouca credibilidade. “Não é novidade que a mídia social é o futuro da comunicação, mas o que ainda não é inteiramente avaliado é a falta de convicção da maior parte dos internautas na precisão das informações que encontram nas redes sociais”, afirma Cole. “Nosso estudo mais recente descobriu que 51% dos usuários disseram que apenas uma pequena porção ou nenhuma informação que vêem em redes sociais é confiável. E apenas 14% disseram que a maior parte ou toda a informação é confiável.”

** O significado de “E-Nuff Already” continua a expandir

Há cinco anos, o Centro para o Futuro Digital cunhou a expressão “E-Nuff Already” (um trocadilho com “enough” e “e-mail”, em um termo que significa “Basta, já chega”) para descrever a preocupação entre os internautas sobre o impacto do e-mail sobre suas vidas. O termo expandiu e hoje abrange uma crescente variedade de questões. Cole diz que hoje ele inclui, além do correio eletrônico, muitos outros serviços e equipamentos que têm benefícios enormes para os usuários, mas também invadem suas vidas.

“Os americanos estão mais conectados do que nunca, mas a dominação pura da tecnologia talvez esteja atingindo um ponto crucial. Recebemos e-mails demais, a barragem de mensagens de texto é constante, carregamos dispositivos eletrônicos múltiplos, e novos serviços e aparelhos eletrônicos continuam a ser produzidos. Por quanto tempo será assim antes que os americanos digam novamente que basta?”

** O desktop está morto; vida longa ao tablet

Nos próximos três anos, segundo Cole, o tablet se tornará o principal computador pessoal dos americanos. O uso do desktop irá minguar a apenas 4 a 6% dos usuários de computador – restrito a escritores, gamers, programadores, analistas e cientistas – e o uso do laptop também diminuirá. “O tablet é um aparelho tão convidativo. O PC é um aparelho do tipo ‘incline-se para a frente’ – uma ferramenta que fica sobre uma mesa e força o usuário a ir até ela. O tablet tem um fascínio ‘recoste-se’ – mais conveniente e acessível que o laptop e muito mais atraente para usar. Para a grande maioria dos americanos, o tablet será a escolha de computador até o meio da década, enquanto o PC desaparece”, diz o diretor. “Nós não vemos uma consequência negativa na mudança para os tablets. Mas sua dominância irá provocar mudanças em como, quando e por que os americanos se conectam à internet”.

** O trabalho é, cada vez mais, uma experiência “24 horas por dia, 7 dias por semana”

Os computadores pessoais e a tecnologia online ampliaram a eficiência e a produtividade no ambiente de trabalho. Entretanto, para muitos funcionários, o preço por esta eficiência é o aumento da quantidade de trabalho em suas vidas fora do escritório.

Cole: “Décadas atrás, pensávamos que os computadores seriam artefatos que economizariam o trabalho. É verdade que a tecnologia nos faz mais produtivos, mas com esta produtividade vem expectativas maiores sobre como trabalhamos e quando trabalhamos.”

** A maior parte dos jornais impressos não existirá mais em cinco anos

“A circulação de jornais impressos continua a cair, e acreditamos que os únicos jornais impressos que sobreviverão estarão nos extremos – os maiores e os menores”, prevê Cole. Nos EUA, é provável, segundo ele, que apenas quatro dos maiores diários continuem a ser publicados em papel: New York Times, USA Today, Washington Post e Wall Street Journal. No outro extremo, sobreviverão os pequenos jornais semanais locais.

“A morte iminente do jornal impresso americano continua a levantar diversas questões”, diz o diretor. “As organizações de mídia sobreviverão e terão sucesso quando mudarem exclusivamente para a plataforma online? Como a mudança na distribuição de conteúdo afetará a qualidade e a profundidade do jornalismo?”

**Nossa privacidade está perdida

Talvez este seja o maior preço pago pelos americanos pelo uso da internet: a perda da privacidade, em especial como resultado da crescente tendência de coleta de informações que permite que seja traçado um padrão do comportamento online de qualquer internauta.

“A questão da privacidade é simples – se você faz qualquer coisa online, sua privacidade já era”, diz Cole. “Os americanos adoram poder comprar online, buscar informações online e participar de comunidades sociais online. Mas o preço a ser pago é que somos constantemente monitorados; organizações privadas sabem tudo o que há para saber sobre nós: nossos interesses, preferências de consumo, nosso comportamento e nossas crenças. O americanos estão claramente preocupados com isso. Nosso último estudo sobre o futuro digital descobriu que quase metade dos internautas acima dos 16 anos temem que companhias monitorem o que fazem online; em comparação, 38% disseram que o que os preocupa é o monitoramento pelo governo”.

** O papel da internet no processo político ainda é incerto

Os estudos concluíram que os americanos acreditam que a internet é importante nas campanhas políticas e para ajudar o público a entender a política, mas a tecnologia online ainda não afeta o poder político.

“Ainda que o alcance online aos eleitores continue a aumentar, e a captação de recursos seja uma prioridade para os candidatos, a internet ainda não é considerada uma ferramenta que os eleitores podem usar para obter mais poder político ou influência”, afirma Cole. “Nós acreditamos que isso está mudando, e nos próximos dois ciclos eleitorais vemos a internet se tornando um grande fator de mudança no cenário político”.

** A internet continuará a provocar mudanças nos hábitos de consumo, às custas do comércio tradicional

O mais recente estudo sobre o futuro digital concluiu que 68% dos americanos fazem compras online, e 70% de compradores online disseram que, ao comprar na internet, compram menos em lojas físicas. “Estamos vendo apenas o começo da mudança nos hábitos de consumo dos americanos por causa da internet”, diz Cole. “Daqui a cinco anos, o cenário tradicional de compras será completamente diferente de como é hoje”.

** O que virá a seguir?

“Em 2006, o YouTube e o Twitter tinham acabado de nascer, e o Facebook era uma criança”, diz Cole. “Meio século atrás, quem pensaria que estas tecnologias nascentes se tornariam o padrão para a comunicação social em 2011? A próxima grande tendência online está sendo desenvolvida neste momento por um novo grupo de visionários da internet esperando para ser ouvidos”.

Informações da USC Annenberg News [14/12/11].

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“Emigrem para países lusófonos”

Extraído do jornal Público [enviado pelo professor Jorge Fernandes da Silveira]:

Questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários que temos” a “abandonarem a sua zona de conforto e a “procurarem emprego noutro sítio”, Passos Coelho respondeu: “Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”, disse durante uma entrevista com o Correio da Manhã, que foi publicada hoje.

Pedro Passos Coelho deu esta resposta depois de ter referido as capacidades de Angola para absorver mão-de-obra portuguesa em sectores com “tudo o que tem a ver com tecnologias de informação e do conhecimento, e ainda em áreas muito relacionadas com a saúde, com a educação, com a área ambiental, com comunicações”.

“Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos”, disse ainda o primeiro-ministro.

“Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”, explicou.

Portugal é um dos países da Europa com menores níveis de escolarização da população, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011, publicado no mês passado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Enquanto em Portugal a escolarização média da população com mais de 25 anos era de 7,7 anos, na Grécia e em Itália era de 10,1 anos, em Espanha de 10,4. Na Alemanha era de 12,2 e nos EUA de 12,4.

Para as crianças que entram agora na escola, esta diferença é bastante menor: o número de anos de escolaridade esperados era de 15,9, no caso de durante a vida da criança se mantiverem as taxas de escolarização actuais, o que pode estar em causa dada a dimensão da crise. Em Espanha era de 16,6 anos, na Irlanda de 18 e na Alemanha de 15,9.

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O vídeo que a Prefeitura do Rio de Janeiro não quer que você veja…

[Via mural do Facebook de Domingos Guimaraens]

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Concurso público

Extraído do Facebook de Laeticia Jensen Eble:

E notícia de última hora: se encerram amanhã, 9/12, as inscrições para a Seleção Simplificada para Professor Substituto de Literatura Brasileira na UnB.
Categoria: Substituto.
Área: Literatura Brasileira.
Requisito Básico: Doutorado.
Regime de Trabalho: 40h.
Remuneração: R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos reais).
Vaga: 1 (uma).

O edital se encontra no site da UnB.

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Sócrates (1954-2011)

[Via Andréa del Fuego]

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Na lista de patrimônio imaterial da Unesco

Reproduzo do Público a notícia de que o Yãkwa entrou na lista de patrimônio imaterial da Unesco:

“O Yãkwa, cujo objectivo é manter a ordem social e cósmica do povo, é o mais longo e mais importante dos rituais realizados pelos Enawenê Nawê e decorre anualmente entre Janeiro e Julho. Tem início com a colheita do milho novo e termina com o plantio da roça colectiva de mandioca e é dedicado aos “yakairiti”, espíritos que vivem debaixo da terra.

Entre as sete outras práticas que a Unesco decidiu que precisam de protecção para evitar que desapareçam estão as tradições orais da minoria étnica Hezhen, na China, e a dança Saman da província indonésia de Aceh.

A comissão de peritos da Unesco, que está reunida em Bali, na Indonésia, distinguiu ainda as narrativas dramáticas Naqqali e as técnicas de construção de barcos e navegação dos navios Lenj, ambas provenientes do Irão. Acrescentaram também à lista os cânticos Xoan, da província vietnamita de Phú Tho, o poemário épico mourisco “T’heydinn”, da Mauritânia, e as interpretações das canções folk com a flauta “Limbe”, da Mongólia.

Além de acrescentar estas oito práticas à lista das tradições em risco de perder-se nas próximas décadas, a reunião dos peritos da Unesco, que se prolonga até ao próximo dia 29, avaliará também os 49 candidatos à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, em que se inclui o fado português.

Actualmente, a Lista do Património Cultural Imaterial que necessita de protecção urgente inclui 24 práticas de 13 países diferentes, enquanto a Lista Representativa contém 213 elementos de 68 países. No total, 137 países ratificaram a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, um requisito indispensável para receber ajuda económica e assessoria da Unesco.”

Aproveito para disponibilizar o vídeo sovre o Yãkwa que se encontra no canal da Unesco no Youtube:

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Movimento Gota D’Água

Reproduzo aqui a petição do site Gota D’Água, movimento contra a construção da usina em Belo Monte. Reproduzo também o vídeo. No site, encontra-se um abaixo-assinado. A causa é da maior importância!

Vossa Excelência Sra Presidenta Dilma Roussef

Exmo. Sr Presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia PT/RS

Nós do Movimento Gota D’Água pedimos o vosso empenho e ação para evitar mais um desastre ambiental de proporções gigantescas:

  • pedimos vossa atenção para ouvir os argumentos da população do Xingu, dos ambientalistas, técnicos e cientistas verdadeiramente empenhados em achar soluções para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
  • pedimos o fim dos discursos ambientalistas de palanque e o avanço na direção de uma discussão verdadeira em prol de políticas alternativas de geração de energia sustentável – capazes de gerar a energia necessária ao desenvolvimento do país, sem arruinar um ecossistema dessa magnitude
  • pedimos a interrupção imediata das obras de Belo Monte e a abertura de um amplo debate, que convoque os brasileiros a refletir e a opinar sobre qual modelo de progresso estão dispostos a perseguir, cientes das conseqüências de suas escolhas.

(Os Signatários)”

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Diário de uma ocupação

A jornalista do Público Alexandra Lucas Coelho postou, em seu blog Atlântico-Sul, um relato sobre a ocupação da Rocinha. Ela esteve na favela e acompanhou a movimentação de moradores e políciais em torno da operação em que o Estado busca responsabilizar-se (é o que se espera!) pela maior favela da América Latina.

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“Verba destinada ao ministério da Cultura pode cair em 16% em 2012, na maior redução da última década”

Matéria de André Miranda para O Globo:

Os investimentos federais em cultura no Brasil podem ser reduzidos em 2012, o que representaria a segunda queda consecutiva num setor que sempre foi considerado o patinho feio dos governos, mas que ganhou algum prestígio durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Enviado ao Congresso no fim de agosto, o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012 indica uma redução de 16% nas verbas destinadas ao Ministério da Cultura (MinC), a maior queda dos últimos dez anos.

O orçamento da pasta vinha de sete anos seguidos de alta nas duas gestões Lula, mas teve uma redução justamente no primeiro orçamento feito para o governo de Dilma Rousseff, passando de R$ 2,29 bilhões em 2010 para R$ 2,13 bilhões em 2011. Já para o ano que vem, o valor previsto pelo governo para o MinC é ainda menor: R$ 1,79 bilhão. Os responsáveis pelo ministério acreditam que a verba será aumentada no Congresso pelas emendas parlamentares, mas deputados ouvidos pelo GLOBO lembram que a falta de apoio da ministra Ana de Hollanda junto aos movimentos culturais e a baixa execução orçamentária do MinC em 2011 podem dificultar as negociações e prejudicar a Cultura.

O primeiro orçamento do MinC no início da gestão petista, em 2003, foi de R$ 397,4 milhões. Já no último ano do segundo mandato de Lula, chegou a R$ 2,29 bilhões, um valor mais robusto, mas ainda longe da promessa inicial do ex-presidente de que elevaria os investimentos da pasta para 1% do orçamento da União: incluindo gastos com pessoal, custeio e investimentos, em 2003 o percentual do MinC era de 0,08% do total; em 2010, foi de 0,23%.

Os movimentos culturais esperavam que a tendência de alta continuasse no governo Dilma. Sobretudo porque, durante a campanha presidencial de 2010, a então candidata recebeu apoio público de artistas e intelectuais num encontro no Teatro Casa Grande, no Rio. Entre outros, estiveram presentes Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Elba Ramalho e Alceu Valença. Mas nem isso evitou a queda.

O MinC, por sua vez, acredita que a rodada de negociações no Congresso para a votação da LOA, em dezembro, aumentará a previsão orçamentária da pasta por meio das emendas parlamentares, como tem ocorrido nos últimos anos. Seu secretário-executivo, Vitor Ortiz, fala na possibilidade de emendas entre R$ 300 milhões e R$ 600 milhões. O problema é combinar com os parlamentares. O assunto é tratado com reservas em Brasília, mas os boatos de que Ana de Hollanda não se manterá no cargo após a primeira reforma ministerial, esperada para janeiro, devem dificultar as conversas com o Congresso. Além disso, Ana foi bastante criticada no primeiro semestre por frear a condução da reforma da Lei do Direito Autoral.

– A ministra foi muito maltratada injustamente no início da gestão. Isso a colocou numa situação recuada em relação ao parlamento – diz o deputado federal Raul Henry (PMDB-PE), integrante da Frente Parlamentar da Cultura. – A postura defensiva da ministra dificulta na briga por mais investimentos. As bancadas querem ajudar, mas ela precisa mudar de atitude, precisa buscar mais articulação. O orçamento é uma guerra, e, se ela não se articular com os movimentos culturais e com os deputados, ela não vai conseguir alterar o valor atual.

Mais um ponto que deve prejudicar a atuação de MinC junto ao Congresso é a taxa de execução do orçamento da pasta. Os números consolidados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal indicam que o MinC empenhou apenas 20,9% de seu orçamento para custeio e investimentos até o fim de setembro. O percentual é o menor da pasta nos últimos cinco anos para o mesmo período, e fica bem abaixo da média do Poder Executivo em 2011, que até setembro estava em 66%.

– A gestão atual do MinC é inábil e não consegue visualizar quais campos podem crescer. Falta solidez política e há incapacidade de gestão – diz Pablo Capilé, do grupo Fora do Eixo, uma rede de coletivos de cultura. – Além disso, a relação com a sociedade civil é ruim. O diálogo é fraco. Vamos entrar em 2012 com o cenário de um MinC fragilizado, de um orçamento menor e com a sociedade civil insatisfeita.

O secretário-executivo do MinC, contudo, espera não apenas que o orçamento cresça no Congresso como atribui a redução no projeto da LOA a um novo modelo de gestão do governo.

– Embora o número que temos agora para 2012 seja inferior ao número deste ano, eu garanto que é um orçamento melhor. Acontece que o orçamento do ano que vem vai passar por uma nova metodologia de gestão do governo federal – argumenta Ortiz. – A gente trabalhava com mais folgas no orçamento, superestimando as receitas federais. Agora vamos trabalhar dentro de um quadro mais realista.

Outros ministérios, porém, mesmo com o novo modelo de gestão indicado por Ortiz, tiveram alta na LOA para 2012. O projeto prevê, por exemplo, aumento de 13% na Educação e de 11% na Saúde.

– Todo governo tem prioridades, e é daí que vêm as variações de cada pasta – diz Ortiz. – Sobre a execução do MinC em 2011, acontece que a maior parte de nossos investimentos é feita a partir de editais. Eles estão lançados, mas os empenhos só podem ser feitos depois que houver todo o processo de licitação, o que costuma ocorrer em novembro e dezembro. Em 2010, a execução deve ter sido acelerada por causa das eleições. Hoje estamos num fluxo normal e vamos chegar até dezembro com 90% do orçamento empenhados.

A elaboração do projeto da LOA de 2012 também traz uma novidade para o MinC: R$ 300 milhões, 16% do total, estão reservados para praças esportivas e culturais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

– As praças terão equipamentos de esporte, mas também terão bibliotecas, salas de espetáculo e áreas de oficina. A meta é implantar 800 delas até 2014 – afirma Ortiz. – A gente está preocupado em qualificar a gestão. Ninguém mais reclama que o MinC não paga isso ou aquilo. Não há um edital na rua que não tenha recurso guardado para pagar todo mundo. Isso vai fazer diferença na qualificação do resultado final. Não dá para se ter uma ideia maravilhosa, idealista do que são os investimentos na Cultura e depois o resultado não ser o prometido.

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Conflito na USP vira pauta em reunião de socialites de SP

É assustador!

[Via Mariano Marovatto, Facebook]

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