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Primeira mostra individual de Cao Guimarães no Itaú

Matéria de Antonio Gonçalves Filho para o Estadão:

Artista consagrado no circuito internacional e representado em coleções como a do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), o mineiro Cao Guimarães, 48, ganha sua primeira individual numa instituição brasileira, o Itaú Cultural, que será aberta hoje para convidados (e amanhã para o público). A mostra Ver É Uma Fábula, com curadoria de Moacir dos Anjos e arquitetura expositiva de Marta Bogéa, reúne seus oito filmes de longa- metragem, além de 21 vídeos e fotografias apresentadas em slide show. A exposição é a maior já feita do artista e ocupa três andares do instituto, onde também será realizado um workshop com Cao e os músicos do Grivo, grupo formado por Marcos Moreira Marcos e Nelson Soares, que assina as trilhas de quase todos os filmes do realizador.

Inspirado numa passagem do livro Catatau, do poeta curitibano Paulo Leminski (1944-1989), que fala do poder que tem a fábula de suscitar novas histórias a partir da narrativa original, o título da mostra define a proposta de diálogo de Cao Guimarães com os espectadores de suas obras. Ver imagens produzidas pelo autor filtradas pelo repertório subjetivo corresponde à sensação de refazer o percurso desse cineasta sempre em busca do insólito. Nesse sentido, sua obra mais radical talvez seja mesmo a série Histórias do não Ver, que começou em 1996 e agora vira livro publicado pela Editora Cobogó, lançado durante a exposição.

O artista, na série, submetia-se voluntariamente a um sequestro e, de olhos vendados, era levado a lugares desconhecidos, registrando suas sensações em fotografias cegas que depois formaram uma videoinstalação (em 2001). Cao conta que a série acabou quando ainda estava casado com a também artista mineira Rivane Neuenschwander. Hospedado na casa de um amigo em Madri, acordou sobressaltado com o toque da campainha e, ao abrir a porta, teve um revólver apontado para sua cabeça, levado a uma casa no subúrbio madrilenho, obrigado a ficar nu e fazer inscrições no corpo de uma desconhecida, também nua, como no filme de Peter Greenaway (O Livro de Cabeceira).

Cinema sempre foi a referência máxima de Cao, que tinha um avô fotógrafo e herdou dele o equipamento com os quais fez suas primeiras experiências. “Era um rato de cineclube, via todos os filmes da nouvelle vague francesa e do Tarkovski”, conta, definindo o russo como seu guru. De fato, há nos filmes do cineasta a mesma tentativa de esculpir o tempo com a imagem, como no curta Quarta-Feira de Cinzas (2006), em que a câmera acompanha o movimento de formigas após o carnaval, levando os restos da folia para o formigueiro. “Tenho essa fixação nas vidas minúsculas, o que fica explícito em Nanofania.” Nesse curta, bolhas de sabão explodem enquanto insetos saltam, acompanhados por uma pianola de brinquedo.

Cao, que nunca estudou música, toca ao piano uma composição sua em Concerto para Clorofila (2004), dedicado a explorar o contraste entre luz e sombra na natureza. Mais uma vez, ele penetra num mundo liliputiano de teias de aranha e gotas de orvalho. No mundo dos homens, ele prefere filmar os solitários. É o caso de A Alma do Osso (2004), que acompanha o cotidiano do eremita Dominguinhos, morador numa caverna da montanha (ele morreu num asilo).

Em busca de seres isolados o cineasta acabou encontrando um personagem de Edgar Allan Poe e fez dele o protagonista de seu novo filme, O Homem das Multidões, dirigido em parceria com o pernambucano Marcelo Gomes. No conto de Poe, um londrino do século 19 segue um decrépito flâneur na rua e descobre que ele nunca volta para casa, dirigindo-se sempre a lugares com muita gente. Cao conta que fez dele um mineiro de Belo Horizonte. Quase um doppelgänger, como no premiado Otto – Eu Sou Um Outro (1998), que lhe abriu as portas de Sundance.

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Raphael e Emygdio: dois modernos no Engenho de Dentro

Reproduzido do site do Instituto Moreira Salles. A exposição de Raphael Domingues e Emygdio de Barros é imperdível:

O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro abre em 14 de julho (sábado), às 17h, a exposição Raphael e Emygdio: dois modernos no Engenho de Dentro, com 100 obras, entre desenhos e pinturas de Raphael Domingues (1912-1979) e Emygdio de Barros (1895-1986) que, diagnosticados como esquizofrênicos, frequentaram o ateliê de artes do Setor de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR) do Centro Psiquiátrico Nacional (atualmente Instituto Municipal Nise da Silveira), no bairro carioca do Engenho de Dentro. A curadoria é do crítico de arte Rodrigo Naves e de Heloisa Espada, coordenadora de artes visuais do Instituto Moreira Salles. Os dois participarão de uma mesa-redonda aberta ao público no dia da abertura.

O ateliê de artes STOR do Centro Psiquiátrico Nacional foi fundado em 1946 pela psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999) com o objetivo de criar alternativas aos procedimentos agressivos usados no tratamento de pacientes psiquiátricos naquele momento: a lobotomia, o choque elétrico e a injeção de insulina. Para a médica, a produção plástica era uma porta de entrada para a psique de seus pacientes, uma forma de comunicação com pessoas que tinham grande dificuldade de se expressar verbalmente. Raphael e Emygdio participaram dos primórdios do ateliê, tendo sido assistidos pelo artista Almir Mavignier, que foi monitor daquele espaço entre 1946 e 1951. Todos os trabalhos produzidos no ateliê foram guardados pela dra. Nise como fonte de informação sobre o estado psíquico e emocional dos pacientes. Mais tarde, em 1952, essas obras deram origem ao Museu de Imagens do Inconsciente. Todos os trabalhos apresentados nesta exposição pertencem ao Museu.

De Raphael, serão apresentados nessa exposição alguns poucos trabalhos feitos na adolescência junto a um amplo número de desenhos – feitos a bico de pena e pincel – realizados entre 1946 e 1951, enquanto foi monitorado por Almir Mavignier. Os trabalhos chamam a atenção pela leveza e segurança de uma linha quase sempre contínua, que conjuga domínio espacial e improviso, figuração e abstração, clareza e ornamento. Já de Emygdio, foram escolhidas para essa mostra obras realizadas entre as décadas de 1940 e 1980, na maioria sobre papel. Elas apresentam uma surpreendente diversidade de soluções pictóricas, que têm em comum, no entanto, uma espécie de conciliação entre luminosidades contrastantes, entre linhas e massas de cor.

Mais sobre os artistas:

Raphael Domingues nasceu em 1912, em São Paulo, mas aos sete anos já morava no Rio de Janeiro. Dos 14 aos 17 anos, estudou desenho acadêmico no curso noturno do Liceu Literário Português. Nesse período, trabalhou como desenhista em agências de publicidade. Os primeiros sinais da esquizofrenia chegaram aos 15 anos. Foi internado pela primeira vez aos 19 anos no Hospital da Praia Vermelha, onde ficou por um ano e meio. Foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde ficou por mais um ano e meio. Voltou para casa, onde passou os dez anos seguintes sendo cuidado pela família. Em 1944, por conta de um câncer, sua mãe se viu forçada a interná-lo mais uma vez no Hospital da Praia Vermelha. No mesmo ano, o hospital foi desativado, e Raphael foi transferido para o Centro Psiquiátrico Nacional do Engenho de Dentro, onde ficou até morrer, em 1979.

Emygdio de Barros nasceu em 1895 em Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. Desde pequeno, viu sua mãe sofrer de distúrbios mentais. Aos seis, já apresentava interesse pela pintura e, entre os 12 e os 13 anos, tornou-se aprendiz de pintor de letreiros e tabuletas. Em 1911, aos 16 anos, iniciou um curso técnico de torneiro mecânico. Ao final do curso, foi admitido no arsenal da Marinha. Em 1922, foi convidado a participar da comissão de aquisição de material de guerra que seguia para a Europa, e permaneceu por dois anos em Paris. De volta ao Rio de Janeiro, começou a apresentar distúrbios de comportamento. Em 1924, foi internando no Hospital da Praia Vermelha, onde permaneceu por 20 anos, até ser transferido para o Centro Psiquiátrico Nacional do Engenho de Dentro e passou a frequentar o ateliê de artes do STOR. Em 1950, Emygdio deixou o Centro Psiquiátrico, mas voltou em 1965. Em 1974, a família fez outra tentativa de tê-lo em casa. Diante das dificuldades do cuidado, optaram por interná-lo outra vez, mas numa clínica geriátrica. Mesmo morando na clínica geriátrica, ele frequentava o ateliê do STOR. Continuou a pintar até sua morte, em 5 de maio de 1986, em decorrência de um AVC.

Catálogo Raphael e Emygdio: dois modernos no Engenho de Dentro

A publicação reúne, além de desenhos e pinturas dos dois artistas exibidos na mostra, ensaios dos curadores e uma seleção de textos de época, que tem por objetivo esclarecer a importância histórica de Raphael e Emygdio no campo da arte. Traz à tona detalhes sobre sua formação, o contexto que possibilitou o desenvolvimento de seus trabalhos e o interesse despertado por eles em alguns dos mais relevantes críticos brasileiros.

Mostra Nise da Silveira: caminhos de uma psiquiatria rebelde

Trata-se de uma fotobiografia da médica Nise da Silveira, com curadoria de Luiz Carlos Mello, colaborador da dra. Nise e diretor do Museu de Imagens do Inconsciente. Nise da Silveira nasceu em Maceió, em 1905. Cursou a faculdade de medicina na Bahia. Mudou-se, em 1927, para o Rio de Janeiro. Trabalhou no Hospício da Praia Vermelha como médica residente. Fez concurso para psiquiatria, conseguindo aprovação em 1933. Em 1936, durante a ditadura Vargas, foi presa por um ano e meio por simpatizar com ideias comunistas. Anistiada em 1944, voltou ao serviço público no Centro Psiquiátrico Nacional. Sua inadaptação aos métodos de tratamento psiquiátricos agressivos em uso na época levou-a a fundar o STOR (Setor de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação). O serviço contava com diversos núcleos de atividades, tendo como objetivo estimular a autoestima dos pacientes por meio de um ambiente amistoso e da capacidade de comunicação de seus frequentadores. O STOR possuía oficinas de encadernação, artesanato, música, literatura e artes visuais, promovia celebrações e chegou a ter um salão de beleza dentro do hospital. Nise foi pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais. Seis anos depois da criação do STOR, o rico material acumulado nas oficinas de pintura e de modelagem foi utilizado por Nise em intensas pesquisas sobre o mundo psíquico dos pacientes, que geraram exposições no Brasil e no exterior. Daí, nasceu a ideia de fundar o Museu de Imagens do Inconsciente, em 1952. Impressionado com seu trabalho, o psiquiatra suíço Carl Jung convidou Nise a frequentar o Instituto C.G. Jung e a participar do II Congresso Internacional de Psiquiatria, que se realizaria em Zurique, em 1957. Trabalhou a vida toda com a terapia ocupacional como método de tratamento da esquizofrenia. Manteve-se na coordenação do ateliê de artes do STOR até sua morte, em 1999.

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“Obras-primas impressionistas do Museu d’Orsay são expostas em SP”

Reproduzido do site da Folha de S. Paulo. Matéria de Silas Martí:

Nas décadas que vieram depois da invenção da fotografia em 1840, artistas libertaram a pintura do peso do real e fizeram da Paris da virada para o século 20 o centro do mundo da arte com um movimento de vanguarda que fundou o olhar moderno.

Impressionistas, que pintavam a partir de sensações do contato direto com a paisagem, sem se preocuparem com a fidelidade à retina, enquadraram o mundo em cores vibrantes e contornos fugidios –o movimento da vida moderna capturado nas duas dimensões da pintura.

Mestres dessa escola, como Pierre-Auguste Renoir, Claude Monet e Vincent van Gogh, serão todos reunidos agora na maior mostra do movimento já realizada no país.

São obras-primas do Museu d’Orsay, em Paris, que chegam neste sábado ao Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, espaço que teve um andar inteiro esvaziado para receber a exposição.

“Esse foi o primeiro momento em que a França teve uma arte de vanguarda”, resume Guy Cogeval, diretor do Museu d’Orsay, em entrevista à Folha. “Agora que o mundo enxerga o Brasil como superpotência também na cultura, é hora de essas peças chegarem a uma cidade global como São Paulo.”

Obras atmosféricas, pintadas sob a luz solar ou céus estrelados, essas peças escandalizaram uma Paris ainda viciada nos fru-frus dos românticos e na crueza do realismo de artistas como Gustave Courbet, que tentaram retratar a vida como ela era.

Mas Monet, Renoir, Cézanne e a trupe impressionista estavam mais interessados na vida como ela era sentida.

Uma das peças mais importantes da coleção do d’Orsay e obra central da mostra, “La Gare Saint-Lazare”, vista da estação ferroviária de Paris que Monet fez em 1877, resumia a velocidade e o espírito industrial da época em locomotivas que se perdiam em nuvens de fumaça violeta.

Noutra vertente do movimento, Edouard Manet, que causara escândalo com sua Olympia e “O Almoço na Relva”, foi recusado no Salão de Paris em 1866 com o singelo retrato de um garoto em uniforme militar tocando pífaro, uma espécie de flauta.

Jurados do salão consideraram o quadro “vulgar” e “ridículo”, embora estivessem ali os primeiros acenos ao japonismo que informou os impressionistas, figuras arquetípicas contra planos de cor sólida e uma verticalidade fluida, além de uma luminosidade ampla e expressiva.

“É um menino anônimo, num quadro sem qualquer traço decorativo, muito moderno”, diz Cogeval, que assina a curadoria com Caroline Mathieu. “Ele foi o ponto de partida de questões-chave do movimento.”

Mais impressionista de todos eles, Monet tem na mostra, além da estação de trem, também uma das vistas de seu famoso jardim japonês, de plantas que quase afogam um lago sob uma ponte.

Renoir, outro nome potente do impressionismo, faz de sua representação da pele dos personagens quase um manifesto da escola. São colorações entre o branco e o rosado, figuras que parecem feitas de luz, a sensação de movimento fugaz em cada rosto ou expressão em cena.

EMBRIÃO DA VANGUARDA

Mas a mostra não fica presa ao apogeu do movimento e destaca também a transição dos primórdios do impressionismo para obras que serviram de embrião para as vanguardas que chacoalharam Paris no início do século 20.

Van Gogh e Paul Gauguin, que conviveram em Arles, no Sul da França, deram feições mais rudes aos traços e transformaram seus personagens em quase caricaturas, sem medo de subverter o retrato.

Paul Cézanne fez a ponte das impressões fugidias de Renoir e Monet para a geometria das figuras do cubismo de Pablo Picasso. Estão na mostra seu autorretrato contra fundo rosa, uma das obras mais célebres do artista, além de paisagens e naturezas-mortas que já demonstram como ele decupou o que via em cubos, esferas e cilindros.

IMPRESSIONISMO
QUANDO: abre em 4/8; de ter. a dom., das 10h às 22h; até 12/10
ONDE: CCBB (r. Álvares Penteado, 112, tel. 0/xx/11/3113-3651)
QUANTO: grátis

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“Mostra celebra o escultor Amilcar de Castro”

Matéria de Camila Molina publicada no site do Estadão:

O escultor mineiro Amilcar de Castro (1920-2002) orgulhava-se de ser o primeiro artista a ter dobrado o aço. “Ele dizia que depois disso, tudo havia se tornado fácil”, conta a galerista Marilia Razuk, que trabalhou por anos representando-o no mercado de arte. Agora, quando sua galeria comemora duas décadas de atividade em São Paulo, Marilia resolveu fazer uma homenagem a Amilcar exibindo uma preciosidade, a série completa de 140 pequenas esculturas que representam toda a pesquisa de corte e dobra que o escultor desenvolveu desde a década de 1960.

As diminutas formas em aço puro, na principal sala da exposição, condensam, numa mesma visada, a marca de um artista – “formas bidimensionais anônimas e fechadas em si mesmas (o retângulo, a circunferência), transformadas por uma ação. Uma ação que, rompendo a inércia da forma matriz, projeta-a para o tridimensional, transformando-a e a transformando o espaço ao redor”, tão bem definiu o historiador Tadeu Chiarelli no livro Amilcar de Castro – Corte e Dobra (Cosac Naify).

Essas obras do escultor conseguem ser diferentes em si, mas também revelarem um pensamento único. Cada peça, afinal, revela a complexidade e a leveza de tornar um plano quadrado, retangular ou circular em mais de uma centena de possibilidades. As formas que vemos diminutas originaram obras de outras escalas, inclusive, esculturas monumentais criadas para a esfera pública e abrigadas em localidades tão distintas como Londres ou a Praça da Sé, em São Paulo.

A série de 140 esculturas de corte e dobra, com altura que varia de 21 cm a 23 cm, pertence à família do artista. Amilcar de Castro fez uma edição de três exemplares desse conjunto, mas apenas este, agora na Galeria Marilia Razuk, foi preservado em sua totalidade, o que o torna raro. “Não tenho ainda uma estimativa de valor da série, mas garanto que não vai ser desmembrada”, diz a galerista, que depois de um hiato voltou, no fim do ano passado, a ser responsável pela comercialização das obras de Amilcar. O objetivo é de que a série seja adquirida por um museu de São Paulo. “É uma referência”, afirma Marilia.

O neoconcretista é referencial em muitos aspectos e foi mestre de uma geração de artistas. Volta e outra sua obra é comparada à do norte-americano Richard Serra – ambos se dedicaram a trabalhar com a solidez do metal em suas criações -, mas a diferença entre eles, como destacou Chiarelli em seu ensaio, é a relação afetiva que Amilcar conseguiu promover entre suas esculturas e o público. Serra fecha suas obras em si, diz o historiador, e o escultor mineiro “com uma chapa de ferro e um corte decidido” cria espaços de passagem, de abertura.

A singularidade de sua obra, acompanhada de sua consagração, vem atingindo o território internacional. Importante citar que no ano passado uma das mais poderosas galerias do mundo, a Gagosian, exibiu em Paris a mostra Brasil – Reinvenção do Moderno, com peças do escultor e de Sergio Camargo, Lygia Clark, Oiticica, Lygia Pape e Mira Schendel. Neste momento, a atual exposição de Amilcar na Galeria Marilia Razuk é uma oportunidade condensada de ver seu pensamento artístico, não apenas por meio da série completa de corte e dobra, como pela exibição de outras cinco esculturas em escala média e oito de seus desenhos.

Ainda como parte do aniversário da galeria, será inaugurada na próxima quinta-feira, em seu outro espaço na Rua Jerônimo da Veiga, no número 62, uma coletiva com curadoria do artista Claudio Cretti. Marilia Razuk ainda destaca em sua programação mostras, este ano, da artista mexicana Julieta Aranda e da colombiana Johanna Calle.

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90 anos da Semana de Arte Moderna

Extraído do site do Estado de S. Paulo:

Os 90 anos da Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, continuam sendo festejados. Agora em abril, chegou a vez de o público apreciar a exposição “90 Anos Depois – A Semana de Arte Moderna”, que ocupa o Palácio dos Bandeirantes até o fim de julho. Ao todo são 80 obras, entre pinturas e esculturas, pertencentes ao Acervo dos Palácios, Instituto Brecheret, Pinacoteca Municipal e coleções particulares.

Trata-se de uma bela oportunidade para ver obras de importantes artistas brasileiros, nomes que estão marcados na história das artes plásticas nacionais, e que ajudaram a mudar e marcar uma época. Entre tantos artistas, integram a exposição obras de Pedro Alexandrino, Eliseu Visconti, Brecheret, John Graz, Rego Monteiro, Di Cavalcanti, Antonio Gomide, Ernesto De Fiori, Francisco Rebolo, Antonio Rocco, Benedicto Calixto, Bonadei, Mário Zanini, Pennacchi, Pancetti, Volpi, Bruno Giorgi, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Flávio de Carvalho, Guignard, Ismael Nery e Lívio Abramo.

Complicado destacar alguns, mas há telas de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Que tal ver quadros marcantes, como “A Ventania” (1915), de Anita Malfatti, ou ainda “Operários” (1933), de Tarsila do Amaral?

Além de pensar essa mostra com obras significativas, a Associação Brasileira de Críticos de Arte tem ainda como objetivo fazer uma revisão e a leitura atualizada da coleção de arte moderna dos Palácios. Sendo assim, textos de Ana Cristina Carvalho, Carlos Soulié Franco do Amaral, Daisy Peccinini, Elza Ajzenberg, Elvira Vernaschi e Lisbeth Rebollo Gonçalves, que serão reunidos num catálogo, o qual será lançado durante a mostra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

90 Anos Depois – Palácio dos Bandeirantes (Av. Morumbi, 4.500). Tel. (011) 2193-8282. 10h/17h (fecha 2ª). Até 29/7.

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Catálogo da mostra Bíblias do Mundo – download

Extraído do blog da Biblioteca Nacional [via perfil do Facebook da Fundação Casa de Rui Barbosa]:

A mostra Bíblias do Mundo, que exibiu ao público exemplares raros das escrituras na Biblioteca Nacional, foi uma das exposições que, nos últimos anos, mais atraíram atenção de visitantes, pesquisadores e especialistas. A expo já acabou, mas você pode fazer download do catálogo, que traz curiosidades ótimas sobre o assunto, além de ser rico material de pesquisa.

Na imagem abaixo, detalhe de uma das peças da exposição: bíblia com tradução de Giovanni Diodati. A raridade do exemplar está no fato de ser a segunda edição da Bíblia de Diodati, revisada e com comentários. A primeira, de 1607, foi feita diretamente do hebraico e do grego. Esta versão, que possui carimbo da Real Biblioteca, da Família Real Portuguesa, reflete a teologia de Genebra, em puro estilo italiano, sem qualquer influência da teologia francesa, como era comum à época. O exemplar é de 1641.

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Exposição em homenagem ao centenário de Nelson Rodrigues

Reproduzido do site da Funarte [via perfil do Facebook da Fundação Casa de Rui Barbosa]:

Em cartaz a partir de 31 de janeiro, no Teatro Glauce Rocha, no Rio, a exposição Nelson Brasil Rodrigues – 100 anos do Anjo Pornográfico abre, neste ano, as comemorações e homenagens ao centenário de um dos maiores dramaturgos brasileiros. Nelson Rodrigues, se fosse vivo, completaria 100 anos em agosto.

A convite da Fundação Nacional de Artes – Funarte, os curadores Crica Rodrigues e Nelson Rodrigues Filho fazem um recorte na extensa e variada obra do polêmico escritor e contam um pouco da história de cada uma de suas 17 peças teatrais.

Para o presidente da Instituição, Antonio Grassi, a exposição é também uma oportunidade para que as novas gerações conheçam um pouco do universo rodriguiano. “Considero importante homenagear esse que é um dos maiores nomes da dramaturgia nacional. Sua obra, provocante e original, muito contribuiu para a nossa cultura. Nelson Rodrigues foi o pioneiro da dramaturgia moderna brasileira e seus textos expõem o inconsciente da classe média. No centenário de seu nascimento, a Funarte tem o prazer de trazer ao público um pouco de sua vida e obra”, afirma.

Cedidos do riquíssimo acervo do CEDOC – Centro de Documentação da Funarte, textos do próprio autor, de diretores de teatro, matérias de jornal, programas das peças, críticas, além de memoráveis e históricas fotos, desde a estreia com A Mulher Sem Pecado até A Serpente, sua última peça, fazem a fotografia da época em painéis deslizantes que levam a um passeio pelo que ele chamou de “O Teatro Desagradável: as peças Psicológicas, as Míticas, chegando às Tragédias Cariocas – muito felizmente divididas desta maneira por Sábato Magaldi.

Experientes habitantes do mundo rodrigueano, como artistas que são, o cenógrafo Ronald Teixeira, vencedor da Triga de Ouro, maior prêmio de cenografia do mundo, na Quadrienal de Praga, e a sempre premiada luz de Aurélio de Simoni trazem à exposição o calor da alma humana, muito bem descortinada na obra teatral de Nelson Rodrigues. O áudio de uma entrevista concedida pelo autor à Fernanda Montenegro será disponibilizado em fones. Algumas roupas que o dramaturgo costumava usar e sua inseparável máquina de escrever também ficarão expostas ao público. No ambiente, além de frases em looping, os visitantes poderão ouvir algumas das músicas preferidas de Nelson.

Junto a todos os movimentos comemorativos espalhados pelo Brasil, a exposição Nelson Brasil Rodrigues – 100 anos do Anjo Pornográfico torna-se mais uma fonte de informação e pesquisa, proporcionando às novas gerações o resgate do autor que mais conhecia a alma do brasileiro.

Nelson Brasil Rodrigues – 100 anos do Anjo Pornográfico

Teatro Glauce Rocha – Sala Aloísio de Magalhães
Av. Rio Branco,179 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Telefone: (21) 2220 0259
Abertura: 31 de janeiro, terça-feira, às 19h
De quarta a domingo, das 10h às 20h
Entrada gratuita

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Exposição de Fayga Ostrower em São Paulo

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Exposição de Laura Erber e Luiza Baldan

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Augusto de Campos

No site da Fundação Casa de Rui Barbosa encontra-se uma página sobre a produção intelectual de Augusto de Campos, baseada na exposição realizada na própria Fundação de 23 de agosto a 17 de outubro de 2004. Há a exposição virtual, o material exposto e fotografias.

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